Representantes das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, de Saúde e de Serviços de Infraestrutura Pública estiveram na última quarta-feira, 30 de julho, em um treinamento sobre capina química urbana do Programa Estadual de Toxicovigilância em São José dos Campos.
A capina química é o controle de plantas daninhas através do uso de produtos químicos, os chamados agrotóxicos da classe dos herbicidas, vulgarmente conhecidos como “mata-mato”.
Existe uma grande polêmica acerca do uso de capina química na área urbana. A comodidade de aplicar tais produtos, que retardam o crescimento do “mato” e, consequentemente, aumentam o tempo entre uma intervenção e outra, leva muitas prefeituras a encontrar formas de utilizá-los buscando brechas na legislação ou até mesmo às escondidas da população.
Apesar de toda a praticidade dos produtos, a população sente-se desconfortável e insegura com a situação. E com razão! Durante o treinamento, dois médicos da área de toxicologia e membros das equipes municipais de saúde alertaram que os agrotóxicos não são responsáveis pela maior parte dos casos de intoxicação, mas são a maior dentre as causas de morte por intoxicações agudas.
Eliane Gandolfi, coordenadora do Sistema Estadual de Toxicovigilância do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo (SETOX-CVS), esclarece que não existem produtos registrados pela ANVISA no Brasil para uso em áreas públicas urbanas e que, portanto, não é possível fazer a capina química nessas áreas.
Mesmo que sejam tomados cuidados com dosagem e armazenagem correta, uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual), direção e velocidade do vento e horário de aplicação, não se pode garantir uma aplicação segura. Uma área que sofre aplicação de herbicida deve ficar no mínimo 24h isolada, o que é impossível na área urbana”, disse Gandolfi.
Além de colocar a saúde pública em risco, a aplicação irregular de agrotóxicos representa crime ambiental e deve ser denunciada para o Ministério Público.
Vale destacar que a prefeitura de Ubatuba não utiliza, nem pretende utilizar, este tipo de intervenção em nenhuma região do município.
Mais informações sobre o tema, acesse o site do Centro de Vigilância Sanitária – http://