O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Ubatuba realizou, na tarde de quinta-feira, 7, um seminário voltado ao enfrentamento da violência contra a mulher. O evento aconteceu no plenário da Câmara Municipal, com início às 14h, e contou com a participação de cerca de 100 pessoas.
A atividade integrou a agenda do equipamento municipal de Assistência Social e teve como principal objetivo promover informação e reflexão sobre os diferentes tipos de violência que atingem mulheres, com base nas diretrizes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
A palestra principal foi conduzida por Monica Trindade, assistente social, mestre em Psicologia da Educação e assessora em políticas públicas. Durante a apresentação, foram abordados temas como os papéis de gênero construídos socialmente, o ciclo da violência, as formas de violência doméstica — física, psicológica, moral, patrimonial e sexual —, os fatores que dificultam o rompimento de relações abusivas, além das legislações de proteção e canais de denúncia disponíveis.
A exposição também trouxe dados recentes sobre a violência contra a mulher no Brasil, com base no Painel de Violência Contra a Mulher, publicado em 2024 pelo Conselho Nacional de Justiça, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. De acordo com o documento, o Brasil registrou 1.297.142 casos de violência doméstica pendentes até o fim daquele ano. O levantamento também apontou a solicitação de 831.916 medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), das quais 582.105 resultaram em concessão da proteção à vítima.
A ação faz parte das estratégias desenvolvidas pelo Creas para ampliar o conhecimento da população sobre os direitos das mulheres e fortalecer a rede de proteção e enfrentamento à violência no município.
“O Seminário teve como objetivo oferecer um espaço de escuta, fortalecimento emocional e orientação para mulheres que vivenciam ou vivenciaram situações de violência doméstica, além de promover o emponderamento feminino e divulgar os serviços de apoio disponíveis”, destacou a secretária de Assistência Social, Silvia Issa. “A continuidade dessas ações é essencial para o enfrentamento de violência doméstica e o fortalecimento da autonomia feminina”, finalizou.
