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“Cópula” traz reflexões, nostalgia e contemporaneidade

“Cópula” traz reflexões, nostalgia e contemporaneidade

Tempo, desejos, memórias, intimidade e afetos – é assim que os artistas Nina Cast e Luís Maia definem os temas retratados na Exposição “Cópula”, que está disponível para apreciação na Sala de Exposições Thomaz Galhado, na sede da Secretaria de Turismo de Ubatuba (Setur), até o dia 12 de junho.

O coquetel de lançamento da mostra aconteceu na noite da última sexta-feira, 13, que também contou com a apresentação musical de Ieda Terra. Na ocasião, ambos autores das obras puderam compartilhar um pouco sobre sua trajetória na arte e influência de Ubatuba nela, sobre processo criativo, inspirações e, finalmente, sobre esse “encontro artístico”.

“Essa exposição, para a gente, tem bastante a ver com a vontade de trazer para Ubatuba um aspecto da contemporaneidade da arte, de trabalhos que dialoguem com o tempo atual”, explicou Maia.

“A gente, quando veio para Ubatuba, pensava que as paisagens iriam nos convida a retratar o que a gente via, mas, na verdade, esse lugar é um convite também a você mergulhar dentro de você mesmo e é o que a gente acaba fazendo. De alguma maneira, no meu trabalho de arte, eu percebo que começaram a surgir signos do lugar que eu estou habitando de uma maneira muito sutil e é o que mais Ubatuba contribuiu”, afirmou Nina, que nasceu em São Paulo.

“Aqui tem muito de resgate de história, mesmo. A gente está falando dos afetos, das relações, de feminino e masculino. Tem muito do nosso mundo interior aqui”, acrescentou.

Trajetória e características

Luís Maia também nasceu em São Paulo e mudou-se para Ubatuba em 2013. Em suas peças, predominam as gravuras e xilogravuras e pinturas, apesar de ter dado um espaço também ao bordado, quando ele e Nina se conheceram – afinal, boa parte das peças, inclusive da exposição, da autoria de Nina, são bordados.

“O desenho é sempre o ponto central do trabalho. Minha técnica tem muito a ver com desenho e com cor – e a relação entre eles. A arte, além da expressão, é muito a técnica, de experiência e insistência; não é simplesmente fruto de um acaso criativo. Para mim é um exercício, de prática, de repetição, de relação com os materiais, com a tinta, com a cor”, comentou Maia.

A maioria das obras de Maia que estão expostas, são frutos da pandemia – o contrário do que Nina selecionou, com peças compostas desde 2013, passando por várias épocas. Ambos consideram suas obras complementares, até mesmo, no processo criativo: Maia é rápido e intenso na criação; já Nina, realiza um trabalho mais minucioso que leva dias, observando e pensando na inclusão de pequenos elementos que são acrescidos aos poucos.

Encontro

Os artistas relembraram um pouco do símbolo que viabilizou esse encontro. Na exposição, está presente um estandarte de Santo Antônio – obra de Maia, que também é educador. “A gente trouxe ele para a exposição porque foi através desta pintura que a gente se conheceu. Meu filho foi estudar na escola em que ele trabalha e, no meio de uma festa de São João em que as crianças entravam com os estandartes dos santos, bati o olho e quis saber quem havia pintado. As pessoas me direcionaram a ele e foi assim que a gente se encontrou, foi primeiro pela pintura”, relembrou Nina.

Segundo eles, a partir daí começaram a compartilhar muito do processo criativo. “Percebemos que a gente se tangenciava em vários pontos, se complementava e esse recorte que fizemos para trazer para a exposição é justamente esses pontos de encontro, falando das mesmas coisas”, continuou.

Inspirações

Diversos são os artistas que inspiram a obra de Maia, entretanto, os favoritos são o pintor José Leonlilson, a escultora brasileira Maria Martins e o pintor francês Henri Matisse.

Já Nina fez questão de citar duas mulheres artistas que a influenciam bastante: uma é a artista francesa-americana Louise Bourgeois e a sueca Hilma af Klint, que “tem uma forte ligação entre arte e espiritualidade”, também muito presente em suas obras.

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