
Equipes de Saúde de Ubatuba estão recebendo uma capacitação da Secretaria Estadual de Saúde sobre Tracoma – doença inflamatória dos olhos que pode resultar em alterações da córnea e cegueira. Um grupo de profissionais já recebeu na última quinta-feira, dia 6, um treinamento teórico, realizado na escola Tancredo Neves e, nesta terça-feira, iniciou o trabalho de campo em alguns bairros da cidade indicados pelo Estado.
O Tracoma é uma das doenças de maior disseminação no mundo e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima a existência de 150 milhões de pessoas diagnosticadas, das quais, aproximadamente, 6 milhões são cegas. Crianças menores de 10 anos de idade costumam ser as mais afetadas pela doença.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Ubatuba, enfermeira Alyne Ambrogi, explica que o controle do Tracoma era feito em campanhas e, recentemente, foi proposto que seja incorporado à rotina da Rede Básica de Saúde. “Na semana passada retomamos o inquérito sobre Tracoma que tinha sido iniciado em 2019 e por conta da pandemia não deu para terminar. Recebemos o treinamento e hoje saímos a campo para fazer o censo das casas com crianças até 9 anos. Após esse levantamento, algumas crianças serão avaliadas pelas equipes em relação à acuidade visual”, detalhou.
A enfermeira ressalta ainda que os bairros onde as avaliações e as buscas ativas serão feitas foram escolhidos pela Secretaria Estadual de Saúde conforme os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do município.
O objetivo principal é normatizar as atividades de controle do Tracoma e fornecer as informações e subsídios necessários ao planejamento, execução e avaliação dessas atividades. A principal forma de transmissão da doença é a direta, de olho a olho, ou indireta, através de objetos contaminados, como toalhas, lenços, fronhas, entre outros.
O diagnóstico do Tracoma é essencialmente clínico, feito através do exame oftalmológico externo. A doença inicia-se sob a forma de uma conjuntivite folicular e o objetivo do tratamento é a cura da infecção, com a consequente interrupção da cadeia de transmissão da doença.