A Praia do Perequê-Açu recebeu no último sábado (24) mais uma edição do Festival Paralímpico, oferecendo atividades de surfe adaptado, atletismo de praia e canoa polinésia e caiçara adaptadas. Mais de 180 pessoas participaram da ação realizada das 8h às 12h, e que também contou com cerca de 60 voluntários.
O Festival Paralímpico é um evento nacional que promove a experimentação esportiva a crianças com e sem deficiência, realizado este ano em 98 núcleos espalhados pelo país. Esta é a terceira vez que Ubatuba é selecionada para a ação.
De acordo com Fábio Campana, coordenador logístico do evento, cerca de 80% dos inscritos possuía algum tipo de deficiência. “O festival nos mostra que através do esporte a inclusão pode e deve acontecer. A gente convive com as diferenças e aprende cada dia mais. Tivemos um dia maravilhoso e o município tem se destacado com ações positivas junto ao Comitê Paralímpico Brasileiro e existem grandes possibilidades de coisas boas acontecerem em Ubatuba. Tenho certeza que essa parceria vai gerar bons frutos para a cidade”, ressaltou o coordenador, enfatizando ainda que Ubatuba é única cidade do Brasil que teve autorização do Comitê para realizar atividades aquáticas durante o festival.
O público-alvo do evento foi formado por crianças e adolescentes com idade entre 8 e 17 anos, e também alguns adultos alunos da APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
Para Jéssica Carolina, mãe do pequeno Jadison Eduardo, de 8 anos, o festival deveria acontecer mais vezes durante o ano. “Hoje foi uma experiência única para as crianças. Meu filho participou de todas as modalidades e se divertiu até cansar. Além de melhorar o desenvolvimento motor dele, ele fica muito feliz e eu também”, descreveu Jéssica.
O secretário Municipal de Esportes e Lazer, Tiago Balio, falou sobre o trabalho em conjunto com a Secretaria de Educação. “Sabemos que criar políticas públicas de inclusão de verdade é um desafio e não temos medido esforços para trazer mais ações dessa natureza para o município. O festival é um grande exemplo dessa importância, com a participação de pessoas com e sem deficiência, reunindo famílias inteiras, voluntários dedicados e a sociedade envolvida. Inclusão é discutir pessoas juntas, de diferentes peculiaridades, e o esporte traz isso”, analisou Balio.
Ubatuba oferece algumas modalidades esportivas adaptadas para pessoas com deficiência, como surfe, tiro com arco e canoa havaiana.
O atleta paralímpico Juan Urrejola, bicampeão Brasileiro de Tiro com Arco e campeão Mundial Militar da modalidade, é professor em Ubatuba e também faz parte da organização do festival. “Em três anos fizemos um mapeamento na cidade de onde estavam as crianças com deficiência e quais eram essas deficiências e começamos a apoiar as modalidades esportivas adaptadas e, hoje, podemos dizer que plantamos sementes e já temos uma muda grande que com certeza dará bons frutos. Eventos como este não podem ser pontuais e temos conseguido dar continuidade por meio de atividades esportivas adaptadas que acontecem durante o ano”, ressaltou o professor.
Para encerrar o evento, os participantes assistiram a um vídeo do Comitê Paralímpico Brasileiro e receberam lanche e sorvete. O festival é uma realização do Comitê, em parceria com a Prefeitura de Ubatuba, por meio das secretarias de Educação e Esportes e Lazer.