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Volei Adaptado movimenta Melhor Idade em Ubatuba

Volei Adaptado movimenta Melhor Idade em Ubatuba

Se você, algum dia, ouviu falar em voleibol adaptado e acredita que a modalidade é mais fácil, está redondamente enganado. O esporte, praticado pela melhor idade, exige muita memória, atenção e agilidade  – características que fazem com que os participantes se atentem às regras e, ainda, observem os espaços vazios e as posições do time adversário para promover jogadas eficazes.

Em Ubatuba, mais que passatempo ou apenas atividade física, o vôlei adaptado é um esporte de competição. Duas turmas – uma masculina e uma feminina – treinam diariamente, de segunda à sexta-feira, das 7h às 9h, e fazem rodízio das quadras – a do Ginásio Tubão e a que fica ao lado da Piscina Municipal.

Geralmente, os torneios acontecem em três categorias: 47+, 60+ e 70+.  Apesar de ser uma modalidade que existe há mais de 15 anos pela Prefeitura, por meio da secretaria de Esportes e Lazer (SMEL), o objetivo é que ela se torne mais “profissional” em 2019, com um treinamento mais intenso, inclusive, com preparação física.

“O objetivo é conseguir ajustar alguns equipamentos que a secretaria já tem como um recurso a mais para o condicionamento físico dos participantes. Além disso, os professores Marcos Marra e Elaine Ramos vem dando um grande suporte aos times, além de somente promover o treino coletivo, que é quando eles simulam as partidas”, explicou o secretário da pasta, José Alberto Jacob.

As aulas da Prefeitura têm foco nas categorias 60+ e 70+, porém, os próprios atletas se organizam para as competições dos 47+, categoria em que o excesso de idade não é defeito – é um recurso usado para completar o time (entretanto, há um limite de encaixes).

O foco da secretaria, agora, é implementar, a partir deste ano, aulas de vôlei adaptado como parte da Escolinha Municipal de Esportes– um projeto destinado a melhor idade. A expectativa é que a ideia possa ser colocada em prática ainda nesse primeiro semestre.

Competições e a Associação

Bem-estar mental e físico, laços de amizade e convívio social, disposição e alegria – tudo isso pode ser encontrado durante os treinos. Porém, as competições também são grandes incentivos para toda uma mobilização.

Em 2018, uma das equipes conquistou o terceiro lugar na competição da Liga Estadual de Volei Adaptado (Super Liga da Melhor Idade SP). A participação das competições da liga é mais recente. Antigamente, o foco era apenas Jogos Regionais do Idoso (Jori) e alguns amistosos entre cidades, como Mogi Mirim e Atibaia.

Valéria Ferreira, coordenadora do projeto da Melhor Idade da SMEL, comentou que a secretaria oferece espaço para treinamento, professor, transporte e custeia as inscrições das equipes 60+ e 70+ nas competições, além da taxa de arbitragem.

Os atletas arrecadam dinheiro, com por meio de uma associação que montaram, realizando ações – como rifas e bingos –  para ajudar a custear as competições de 47+, uniformes e alimentação.

Quase 76 e muita disposição

O participante mais antigo, Adilson Ramos, está prestes a completar 76 anos. Policial Militar aposentado, compõe o time desde o início do esporte em Ubatuba. Logo depois de sua aposentadoria, há 17 anos, saiu de São Paulo e mudou-se para a Capital do Surfe. Segundo ele, “ residir aqui é um privilégio”.

Ramos definiu o vôlei adaptado como um esporte coletivo em que se faz muito exercício, movimentando muito em quadra, o que resulta em mais disposição e melhora na autoestima. “Exige também muita tolerância e paciência.  Todos os dias de manhã faço uma oração com o objetivo de encher meu coração de amor, pois quero só espalhar bom humor e alegria. O pessoal às vezes acha ruim porque diz que eu falo demais durante o jogo”, divertiu-se.

“Somos orgulho para nossos netos, que nos incentivam e admiram nossas conquistas. Nossas medalhas ficam expostas em cima da cabeceira da cama”, complementou Ramos, que também praticou, até pouco tempo, corrida de rua e futebol de campo.

Muitos casais participam da modalidade, assim como Ramos e a esposa, de 67 anos. Entretanto, ele garante que são um casal “caça-talentos”, porque acabaram convidando vários amigos que, hoje, são companheiros de equipe.

“Sinto-me muito honrado e feliz em fazer parte do time. Preciso reconhecer, também, que o secretário Jacob vem dando um grande apoio para nós”, afirmou.

Mulheres no esporte

Quem também faz questão de reconhecer o apoio do secretário à modalidade é Mônica Martins, de 59 anos, e que já treina há três com a equipe feminina. Ela ficou sabendo do esporte por um acaso, quando , juntamente com o marido, encontrou um amigo em uma loja de tintas, que comentou sobre o esporte, pois seu esposo é alto – o que beneficiaria o time. Mônica contou que o companheiro já havia jogado vôlei em sua juventude, chegando a competir pelo time Juventus.

Ele topou e ela decidiu acompanhá-lo. “Acabei me apaixonando e iniciei a prática do esporte. Além do vôlei adaptado, também me dedico à natação. Geralmente nado de 1600 a 1700 metros e, em 2020, pretendo competir pela natação, também. Quero fazer um quadro de medalhas em casa”, confessou.

Ela frisou que a prática do esporte também aproxima as pessoas e cria a amizade, reforçando que o time é muito unido.

“Logo em janeiro, com o apoio do padre Marcelo Thurmann (que criou a festa dos idosos), conseguimos iniciar uma associação que vem promovendo ações para arrecadar fundos para custear alguns itens. Nossos uniformes (times masculino e feminino) ficam prontos na sexta-feira, 05. Agora, visamos aumentar o recurso para confeccionarmos um agasalho de competição”, comemorou.

 

Volei Adaptado Masculino

 

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