Cerca de 200 pessoas entre trabalhadores, usuários e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) participaram na tarde de segunda-feira, 20, da plenária municipal preparatória às etapas regional e estadual da 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher. O evento foi organizado pelo Conselho Municipal de Saúde (Comus) e pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Ubatuba.
A mesa de abertura contou com a presença do presidente do Comus, Thiago Tonglet Monzi, o secretário de Saúde, Alessandro Cacciatore, a primeira-dama, Sandra Sato, e o vice-prefeito e secretário de Cidadania e Desenvolvimento Social, Jurandir Oliveira Veloso (Pelé). Todos ressaltaram a importância da plenária como momento para que a população opine diretamente sobre as políticas públicas voltadas para a saúde da mulher.
Saúde integral
“A Organização Mundial de Saúde compreende saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas na ausência de doença ou de enfermidade”, destacou a enfermeira Sheila da Silveira Barbosa, do Ipiranguinha, que apresentou o histórico da primeira conferência, realizada em 1986, e explicou os conceitos de integralidade e equidade, que orientam a segunda conferência nacional.
“A integralidade significa que as mulheres não podem ser tratadas em partes ou vistas apenas por seus órgãos reprodutivos e sexuais, mas sim pelo conjunto de situações que afetam sua saúde física e mental, como a sobrecarga com o trabalho doméstico, o racismo, o preconceito, as dificuldades socioeconômicas, que muitas vezes resultam em doenças como hipertensão, depressão e câncer”, explicou Sheila. “Já equidade significa oferecer mais a quem necessita de mais cuidados e menos a quem requer menos cuidados”, complementou.
Propostas e representantes
Os participantes da plenária se dividiram em grupos onde reafirmaram os avanços da primeira conferência nacional e elaboraram propostas em torno aos quatro eixos da conferência nacional: Eixo I – O papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres; Eixo II – O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres; Eixo III – Vulnerabilidades nos ciclos de vida das mulheres na Política Nacional de Atenção Integral a Saúde das Mulheres e Eixo IV – Políticas Públicas para Mulheres e Participação Social.
O não à reforma da Previdência apareceu com grande destaque nos diferentes grupos, que apontaram que, se aprovada, a iniciativa pode ter profundos impactos negativos sobre a saúde física e mental das mulheres.
A plenária final elegeu também as seguintes representantes para a conferência regional: Denise Amaral e Elza Orsoni Ribeiro (usuárias do SUS), Maria Olivia Pimentel Samersla (trabalhadora do SUS). Já Maria de Loreto Campos Oliveira foi indicada como representante dos gestores.